Resumo Hibiscus coddii subsp. barnardii é uma atraente espécie endêmica sul-africana, com uma distribuição limitada e restrições na colheita de plantas, sendo necessário um protocolo de cultivo in vitro para assegurar o estabelecimento contínuo ex vitro dessas plantas. As plantas cultivadas in vivo e in vitro foram utilizadas como fonte de explante para o estabelecimento de culturas in vitro. Os explantes de segmentos nodais derivados de plantas in vivo, tanto naturalmente como sob condições ambientais controladas, mostraram uma elevada sensibilidade aos tratamentos de desinfestação da superfície e uma baixa sobrevivência no cultivo in vitro. As plântulas cultivadas in vitro apresentaram sucesso como fonte asséptica de explantes de brotações apicais e basais para o estabelecimento de culturas in vitro sem contaminação. As brotações de gemas axilares (90-100%) foram observadas tanto em explantes apicais como basais, após quatro semanas em meio de cultura Murashige e Skoog (MS), força total e sem reguladores de crescimento. Pequenas brotações ocorreram na base de 50% dos explantes dos segmentos apicais. Em contraste, em todos os explantes de segmentos basais, formaram-se 3-5 brotações axilares primárias (30-40 mm de comprimento), enquanto que pequenas brotações curtas (5-10 mm) também se formaram na base em alguns desses explantes. Em ambos os tipos de explantes, a adição de 0,25-1 mg L-1 de 6-Benzilaminopurina (BAP) ao meio MS resultou em baixas frequências (10%-60%) de explantes com brotações menores (5-10 mm). Além disso, os explantes cultivados na presença de BAP mostraram alta frequência de formação de calos (até 90%) e baixa sobrevivência (20%-60%). Menor frequência de formação de calos (30%-40%) e maior sobrevivência (90%-100%) ocorreram em ambos os tipos de explantes em meio de cultura sem BAP. Posteriormente, o subcultivo de brotações axilares primárias e secundárias em novo meio de cultura MS (com e sem BAP) não melhorou a multiplicação de brotos. Plantas regeneradas em meio de cultura MS sem reguladores de crescimento foram aclimatizadas com sucesso e estabelecidas em estufa.
Abstract In vivo and in vitro grown plants of Hibiscus coddii subsp. barnardii were used as explant source for establishment of in vitro cultures. Nodal shoot explants derived from in vivo grown plants, both naturally and under controlled environmental conditions, showed high sensitivity to the surface disinfection treatment and poor survival in in vitro culture. In vitro grown seedlings proved successful as aseptic source of apical and basal shoot explants to establish contamination-free in vitro cultures. Sprouting of axillary buds was observed on 90% of apical shoot explants after four weeks of culture on full strength, plant growth regulator (PGR)-free Murashige and Skoog (MS) medium. However, further proliferation of short shoots, limited to the bud sprout at the explant base, occurred on only 50% of these explants. In contrast, all basal shoot explants attained 3-5 single primary axillary shoots (30-40 mm in length) while a clump of short (5-10 mm) shoots also formed at the base in 60% of these explants. In both explant types, addition of 0.25-1 mg L-1 6-Benzylaminopurine (BAP) to the MS medium resulted in a low frequency (10%-60%) of explants with short shoots (5-10 mm) that showed no further elongation. Moreover, explants cultured in the presence of BAP showed a high frequency of callus formation (up to 90%) and low survival (20%-60%). A lower frequency of callus formation (30%-40%) and higher survival (90%-100%) of both explant types occurred on BAP-free medium. Further subculturing of primary and secondary axillary shoots onto fresh MS medium (with and without BAP) did not improve shoot multiplication. Regenerated plantlets from PGR-free MS medium were successfully acclimatized and hardened-off.